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Dexametasona

CARACTERÍSTICAS DO DECADRON bula do medicamento

COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO DECADRON

Cada comprimido contém 0,5 mg de dexametasona como princípio activo.

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

DECADRON

1.DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO

DECADRON 0.5 mg comprimido

2.COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO DECADRON

Cada comprimido contém 0,5 mg de dexametasona como princípio activo.

Excipientes, ver secção 6.1.

3.FORMA FARMACÊUTICA DO DECADRON

Comprimidos.

4.INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO DECADRON

4.1.Indicações terapêuticas

– Situações em que os efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores do corticosteróide sejam desejados, especialmente para tratamento intensivo durante períodos curtos.

Estados alérgicos:

Controlo de situações alérgicas graves ou incapacitantes que não respondem a tentativas

terapêuticas adequadas com os recursos convencionais:

Rinite alérgica perene ou sazonal

Asma brônquica

Dermatite de contacto

Dermatite atópica

Doença do soro

Reacções de hipersensibilidade medicamentosa

Afecções reumáticas:

Como terapêutica adjuvante administrada a curto prazo durante um episódio agudo ou exacerbação de: Artrite psoriática

Artrite reumatóide, incluindo a artrite reumatóide juvenil (casos seleccionados podem

requerer tratamento de manutenção com dose baixa)

Espondilite anquilosante

Bursite aguda ou sub-aguda

Tenosinovite aguda inespecífica

Artrite gotosa aguda

Osteoartrite pós-traumática

Sinovite das artroses

Epicondilite

Doenças cutâneas:

Pênfigo

Dermatite bolhosa herpetiforme

Eritema exsudativo mulfiforme grave (síndroma de Steven-Johnson)

Dermatite exfoliativa

Micose fungóide

Psoríase grave

Dermatite seborreica grave

Doenças oculares:

Processos alérgicos e inflamatórios graves, agudos e crónicos envolvendo o olho e seus anexos, tais como: Conjuntivite alérgica Queratite

Úlceras alérgicas marginais da córnea Herpes zoster oftálmico Irite e iridociclite Coriorretinite

Inflamação do segmento anterior Uveíte posterior difusa e coroidite Nevrite óptica Oftalmia simpática

Doenças endócrinas:

Insuficiência cortico-supra-renal primária ou secundária (a hidrocortisona ou cortisona constituem a primeira linha; os análogos de síntese podem ser usados em conjunto com mineralocorticóides, quando  fôr  adequado; na  primeira  infância  a  suplementação mineralocorticóide é de particular importância). Hiperplasia cortico-supra-renal congénita Tiroidite não supurativa Hipercalcémia associada com cancro

Doenças respiratórias:

sarcoidose sintomática

síndrome de Loeffler não controlável com outras terapêuticas Beriliose

Tuberculose pulmonar fulminante ou disseminada, em associação com correcta quimioterapia anti-tuberculosa Pneumonia aspirativa

Doenças hematológicas:

Púrpura trombocitopénica idiopática do adulto Trombocitopénias secundárias, em adultos Anemia hemolítica adquirida (auto-imune) Anemia eritroblastopénica Anemia hipoplásica congénita (eritróide)

Doenças neoplásicas:

Para tratamento paliativo de: Leucemias e linfomas do adulto Leucemia aguda da criança

Tratamento de náuseas e vómitos associados à quimioterapia emetogénica com

cisplatina e outros fármacos quimioterápicos.

Estados edematosos:

Para induzir a diurése ou a remissão da proteinúria na síndroma nefrótica sem urémia, do tipo idiopático ou do lupus eritematoso.

Edema cerebral: DECADRON (comprimidos) pode ser usado no tratamento de doentes com edema cerebral de causas variadas. Doentes com edema cerebral associado a tumores cerebrais primitivos ou metastáticos podem beneficiar da administração oral de DECADRON. Também pode ser usado na preparação pré-operatória de doentes com hipertensão intracraniana secundária a tumor do cérebro e também como tratamento paliativo de doentes com neoplasias cerebrais inoperáveis ou recorrentes e no tratamento do edema cerebral consequente a neurocirurgia. Alguns doentes com edema cerebral devido a traumatismo craniano ou pseudotumor cerebral podem também beneficiar da terapêutica oral com DECADRON. A sua utilização no edema cerebral não constitui a avaliação neuro-cirúrgica cuidadosa nem o tratamento definitivo, como neurocirurgia ou outra terapêutica específica.

Doenças gastrointestinais:

Durante um período crítico de doenças como: Colite ulcerosa Enterite regional

Outras:

Meningite tuberculosa com bloqueio subaracnoideu ou risco de bloqueio, concomitantemente com quimioterapia anti-tuberculosa correcta. Triquinose com participação neurológica ou miocárdica.

Durante uma exacerbação ou como terapêutica de manutenção em casos seleccionados de: Lupus eritematoso disseminado Cardite reumática aguda

Como prova diagnóstica de hiperfunção cortico-supra-renal.

4.2Posologia e modo de administração

Recomendações Gerais para a Administração Por Via Oral

–  As doses necessárias são variáveis, devendo a posologia ser individualizada, de acordo com a gravidade da doença e a resposta do doente. A dose inicial usual varia de 0,75 a 15 mg por dia conforme a doença a tratar. (Para crianças as doses recomendadas terão usualmente de ser reduzidas, mas a posologia deverá ser ditada mais pela gravidade da afecção do que pela idade ou peso corporal).

–  O tratamento corticosteróide é um adjuvante, não um substituto da terapêutica convencional, que deve ser instituída segundo o que foi indicado.

–   A posologia deve ser diminuída ou a terapêutica gradualmente suspensa quando a administração tiver que se prolongar por mais do que alguns dias.

–  Em situações agudas em que é urgente um alívio rápido, são permitidas altas doses, as quais podem mesmo ser exigidas, por um curto período de tempo. Quando os sintomas forem adequadamente suprimidos, a posologia deve ser mantida ao nível mínimo capaz de prover o alívio da dor, sem efeitos hormonais excessivos.

–   As doenças crónicas cursam por vezes com períodos de remissão espontânea. Quando isso acontece, os corticosteróides devem ser suspensos gradualmente.

–   Exames laboratoriais de rotina, tais como análises de urina, glicémia duas horas após uma refeição, medições da pressão arterial e do peso e radiografia do toráx, deverão ser executados a intervalos de tempo regulares, durante a terapêutica prolongada. Se se utilizam altas doses, será conveniente fazer doseamentos periódicos do potássio sérico.

–   Os doentes que estavam a receber qualquer outro glicocorticóide podem ser transferidos para o DECADRON, fazendo-se os ajustamentos posológicos adequados.

– Numa base ponderal, miligrama por miligrama, a dexametasona é aproximadamente equivalente à betametasona, quatro a seis vezes mais potente que a metil-prednisolona e a triancinolona, seis a oito vezes mais potente que a prednisona e a prednisolona, 25 a 30 vezes mais potente que a hidrocortisona e cerca de 35 vezes mais potente que a cortisona. Em dose equipotente sob o ponto de vista do efeito anti-inflamatório, a dexametasona é quase completamente destituída da propriedade retentora de sódio da hidrocortisona e dos seus derivados mais próximos.

Recomendações posológicas específicas:

Uso pediátrico

Por forma a minimizar os potenciais efeitos dos corticosteróides no crescimento, os doentes pediátricos devem ser titulados para a dose eficaz mais baixa.

A dose inicial de dexametasona pode variar em função da doença a ser tratada. As doses iniciais variam entre 0,02 e 0,3 mg/kg/dia, divididos em três ou quatro doses (0,6 a 9 mg/m2área corporal/dia).

Uso nos idosos

A selecção da dose para indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos deverá ser cautelosa, iniciando-se habitualmente com a mais baixa dose do intervalo posológico, por forma tomar em consideração a maior frequência da diminuição das funções hepática e renal.

Populações especiais

Não foram realizados estudos em doentes com insuficiência renal ou hepática, logo não existem recomendações posológicas para estes doentes.

– Em doenças crónicas, usualmente não fatais, incluindo endocrinopatias, reumatismos crónicos, estados edematosos, doenças respiratórias e gastrintestinais, algumas afecções dermatológicas e hematológicas, começar com uma dose baixa (0,5 a 1 mg por dia) e aumentar gradualmente a posologia até à mais pequena quantidade que proporcione o grau desejado de alívio sintomático.

A posologia diária pode ser repartida por duas, três ou quatro tomas.

– Na hiperplasia cortico-supra-renal congénita, a dose diária habitual é de 0,5 a 1,5 mg.

–    Nas afecções agudas, não fatais, incluindo estados alérgicos, doenças oculares, reumatismos agudos e sub-agudos, a posologia oscila entre 2 e 3 mg por dia; contudo, podem ser necessárias posologias mais altas em certos casos. Uma vez que a evolução destas enfermidades é auto-limitada, não é habitualmente necessária uma terapêutica prolongada de manutenção.

–  Como profilaxia anti-emética durante a quimioterapia emetogénica: efectuaram-se estudos clínicos em que se administraram, por via intravenosa, 8 – 20 mg de dexametasona, durante 5 – 15 minutos imediatamente antes de se efectuar a quimioterapia, seguido de 4 mg de dexametasona, por via oral, em cada 4 – 6 horas, ou de 8 mg, por via oral, de 8 em 8 horas, com diminuição (quer da dose, quer da frequência de administração) nos 2 a 3 dias seguintes. Em geral, a duração total do tratamento para esta indicação não deve exceder 5 dias após a quimioterapia. Como alternativa, administrou-se, por via intravenosa, dexametasona injectável (em vez da sua formulação oral), com vários esquemas.

Sua utilização com outros agentes anti-eméticos – alguns doentes receberam, concomitantemente, dexametasona e ondansetrona para conseguir uma eficácia aumentada na profilaxia anti-emética, durante quimioterapia emetogénica com cisplatina ou outros fármacos quimioterápicos. A dose de dexametasona administrada na terapêutica combinada foi semelhante à utilizada quando administrada isoladamente.

A administração concomitante de dexametasona e metoclopramida demonstrou uma eficácia elevada na profilaxia anti-emética durante a quimioterapia emetogénica.

–  Em doenças agudas alérgicas, auto-limitadas, ou em exacerbações de doenças crónicas

(v.g., rinite alérgica agudizada, ataques agudos de asma brônquica sazonal, urticária medicamentosa, e dermatite de contacto), sugere-se o esquema seguinte de terapêutica combinada, parentérica e oral:

Primeiro dia:

Uma injecção intramuscular de 1 ou 2 ml (4 a 8 mg) de DECADRON injectável (fosfato sódico de dexametasona, MSD).

Segundo e terceiro dias:

Dois comprimidos de DECADRON a 0,5 mg, duas vezes por dia. Quarto e quinto dias:

um comprimido de DECADRON a 0,5 mg, duas vezes por dia. Sexto e sétimo dias:

um comprimido de DECADRON a 0,5 mg, numa só toma. Oitavo dia:

Visita de controlo clínico.

–   Nas doenças crónicas potencialmente fatais, como o lupus eritematoso sistémico, o pênfigo, a sarcoidose sintomática, a posologia inicial recomendada é de 2 a 4,5 mg por dia; em alguns doentes podem ser necessárias posologias mais elevadas.

–   Quando a doença é aguda e ameaça a vida (por exemplo, cardite reumática aguda, crises do lupus eritematoso sistémico, reacções alérgicas graves, pênfigo, doenças neoplásicas), aposologia inicial é de 4 a 10 mg por dia, administrada em, pelo menos, quatro doses parciais.

A adrenalina é o fármaco de escolha imediata nas reacções alérgicas graves. DECADRON é útil, quer como terapêutica concomitante, quer como terapêutica suplementar.

–   No edema cerebral, quando se requere terapêutica de manutenção, para tratamento paliativo de doentes com tumores cerebrais recorrentes ou inoperáveis, uma posologia de 2 mg duas a três vezes por dia pode ser eficaz. Deve utizar-se a mais baixa dose necessária para o controlo do edema cerebral.

–   No síndroma adreno-genital, posologias de 0,5 a 1,5 mg por dia podem manter as crianças em remissão e prevenir a recorrência da excreção anormal de 17-cetosteróides.

–   Como terapêutica maciça, em certas situações como a leucemia aguda, a síndroma nefrótica e o pênfigo, a posologia recomendada é de 10 a 15 mg por dia. Os doentes que recebem tão altas posologias devem ser observados muito frequentemente para despiste de reacções graves.

–   Testes de supressão com a dexametasona:

Testes para o síndroma de Cushing – dar 1 mg de DECADRON por via oral às 11 horas da manhã. Colher sangue para determinação do cortisol plasmático às 8 horas da manhã do dia seguinte. Para maior sensibilidade da prova, dar 0,5 mg de DECADRON por via oral, de 6 em 6 horas, durante 48 horas. Fazer colheitas de urina de 24 horas para determinar a excreção dos 17-hidroxicorticosteróides.

Teste para distinguir o síndroma de Cushing devido a excesso hipofisário de ACTH do
síndroma de Cushing devido a outras causas
– dar 2 mg de DECADRON, por via oral, de 6
em 6 horas, durante 48 horas. Fazer colheita de urina de 24 horas para     determinar                                    a

excreção dos 17-hidroxicorticosteróides.

4.3.Contra-indicações

Infecções sistémicas por fungos.

Hipersensibilidade a qualquer dos componentes deste medicamento.

Administração de vacinas de vírus vivos (ver 4.4 Advertências e precauções especiais de

utilização).

4.4Advertências e precauções especiais de utilização

Deve utilizar-se a mais baixa dose possível de corticosteróides para controlo da situação em tratamento e, quando é viável a redução posológica, ela deverá ser gradual.

Os corticosteróides podem exacerbar infecções sistémicas a fungos e, consequentemente, não devem ser usados quando estão presentes essas infecções, a menos que sejam necessários para controlar reacções medicamentosas devidas a anfotericina B. Além disso, têm sido relatados casos em que após o uso concomitante de anfotericina B e hidrocortisona se seguiu cardiomegália e insuficiência cardíaca congestiva.

Em relatórios publicados sugere-se haver uma associação aparente entre o uso de corticosteróides e a rotura da parede livre do ventrículo esquerdo após um enfarte de miocárdio recente; por conseguinte, a terapêutica com corticosteróides deve ser usada com grande precaução nestes doentes.

Doses médias e elevadas de hidrocortisona ou cortisona podem causar elevação da pressão arterial, retenção de sal e água, e aumento da excreção de potássio. Há menos propensão de ocorrerem estes efeitos com os derivados sintéticos, excepto quando usados em doses elevadas. Pode ser necessária restrição dietética do sal e suplementação de potássio. Todos os corticosteróides aumentam a excreção de cálcio.

Na sequência de uma suspensão abrupta da terapêutica corticosteróide, pode resultar insuficiência cortico-supra-renal secundária fármaco-induzida, que pode ser minimizada pela redução gradual da posologia. Este tipo de insuficiência relativa pode persistir durante meses após a interrupção da terapêutica: consequentemente, em qualquer situação de “stress” que ocorra dentro desse período, deve reinstituir-se a corticoterapia, ou aumentar-se a posologia usada. Uma vez que a secreção de mineralocorticóides pode estar comprometida, deve administrar-se concomitantemente sal e/ou mineralocorticóides.

Após tratamento prolongado, a suspensão dos corticosteróides pode causar uma síndroma caracterizada por febre, mialgias, artralgias e mal estar. Ele pode ocorrer sem que os doentes apresentem qualquer evidência de insuficiência supra-renal.

Está contra-indicada a administração de vacinas de vírus vivos em indivíduos que estejam a receber corticosteróides em doses imunossupressivas. Quando se administram vacinas bacterianas ou de vírus inactivados a doentes sob corticoterapia, em doses imunossupressivas, pode ocorrer quebra da resposta dos anticorpos. Contudo, podem fazer-se imunizações em doentes que recebem corticosteróides como terapêutica substitutiva, por exemplo, na doença de Addison.

O uso de DECADRON comprimidos na tuberculose activa deve ser restringido aos casos de tuberculose fulminante ou disseminada, em que os corticosteróides são utilizados no controlo da doença concomitantemente com adequada terapêutica anti-tuberculosa. Se a corticoterapia está indicada em doentes com tuberculose lactente ou reactividade à tuberculina, é necessária apertada vigilância, porque pode ocorrer reactivação da doença. Durante terapêutica corticosteróide prolongada, estes doentes devem fazer quimioprofilaxia.

Os esteróides devem ser usados com precaução: na colite ulcerosa não específica, se houver probabilidade de perfuração eminente, abcesso ou outra infecção piogénica; diverticulite; anastomoses intestinais recentes; úlcera péptica activa ou latente; insuficiência renal; hipertensão; osteoporose; e na miastenia grave. Os sinais de irritação peritoneal que se seguem à perfuração gastrointestinal em doentes que estão a receber grandes doses de corticosteróides, podem ser mínimos ou estarem ausentes. A embolia gorda tem sido relatada como uma possível complicação do hiper-cortisonismo.

Há aumento do efeito dos corticosteróides em doentes com hipotiroidismo e nos que sofrem de cirrose hepática. Os esteróides podem, em alguns doentes, aumentar ou diminuir a mobilidade e o número de espermatozóides.

Os corticosteróides podem camuflar alguns sinais de infecção e podem aparecer novas infecções durante o seu uso.

Na malária cerebral, o uso de corticosteróides está associado ao prolongamento do coma e a uma maior incidência de pneumonia e de hemorragia gastrointestinal.

Os corticosteróides podem activar uma amebíase latente ou uma estrongiloidíase, ou ainda exacerbar uma doença activa. É por isso recomendável tentar excluir uma amebíase latente ou activa ou uma estrongiloidíase, antes de iniciar a terapêutica corticosteróide nos doentes com risco de ou com sintomas de qualquer uma destas doenças.

A utilização prolongada de corticosteróides pode produzir cataratas sub-capsulares, glaucoma com possível dano dos nervos ópticos e pode facilitar o estabelecimento de infecções oculares secundárias devidas a fungos ou vírus.

Os corticosteróides devem ser usados com precaução nos doentes com herpes simplex ocular, por causa de possível perfuração da córnea.

Deve observar-se cuidadosamente o crescimento e desenvolvimento de crianças sob corticoterapia prolongada.

Os doentes pediátricos tratados com corticosteróides por qualquer via de administração, incluindo a via sistémica, podem registar uma diminuição da velocidade de crescimento. Este impacto negativo dos corticosteróides no crescimento foi observado com doses sistémicas baixas e na ausência de evidência laboratorial de supressão do eixo hipotalamo-hipofisário-suprarrenal (i.e. níveis plasmáticos de cortisol basal e estimulado por cosintropina). Por forma a minimizar os potenciais efeitos dos corticosteróides no crescimento, os doentes pediátricos devem ser titulados para a dose eficaz mais baixa.

Os doentes que estão sob terapêutica com medicamentos que suprimem o sistema imunitário são mais susceptíveis às infecções do que os indivíduos saudáveis. A varicela e o sarampo, por exemplo, poderão ter um curso mais grave ou fatal em crianças não imunizadas ou adultos sob terapêutica corticosteróide. Em tais crianças ou adultos que não tiveram estas doenças, dever-se-á tomar muito cuidado para evitar a exposição. O risco de desenvolver uma infecção disseminada varia de indivíduo para indivíduo, e pode estar relacionada com a dose, via e duração de administração do corticosteroide, bem como com a doença subjacente. Os doentes expostos devem ser aconselhados a consultar um médico sem demora. Se estiveram expostos ao sarampo, poderá estar indicada uma profilaxia com imunoglobulina (IG) hiper-imune intramuscular. Se estiveram expostos à varicela, poderá estar indicada uma profilaxia com imunoglobulina varicella zoster (VZIG). (Consultar os respectivos Resumos das Características dos Medicamentos IG e VZIG, para mais informação). Se a varicela se desenvolver, dever-se-á considerar um tratamento com agentes antivirais.

4.5Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Em casos de hipoprotrombinémia, o ácido acetilsalicílico deve ser usado com prudência, em conjunto com os corticosteróides .

A fenitoína (difenil-hidantoína), a carbamazepina, os barbitúricos (por ex., o fenobarbital), a efedrina, os fármacos hipoglicemiantes, a rifabutina e a rifampicina podem aumentar a depuração metabólica dos corticosteróides, resultando níveis sanguíneos diminuídos e menor actividade fisiológica, sendo assim requerido ajustamento posológico. Estas interacções também podem interferir com os testes de supressão com a dexametasona, os quais devem ser interpretados com cuidado durante a administração daqueles fármacos.

Em doentes tratados com indometacina foram descritos casos de falsos resultados negativos no teste de supressão da dexametasona.

O tempo de protrombina deve ser determinado frequentemente nos doentes que estão a receber corticosteróides e anti-coagulantes cumarínicos ao mesmo tempo, por causa de terem sido descritas alterações da resposta a esses anti-coagulantes devidas aos corticosteróides. Os estudos têm demonstrado que o efeito habitualmente produzido pelos corticosteróides é a inibição da resposta aos cumarínicos, embora tenha havido alguns relatos contraditórios de potenciação, que os trabalhos de investigação não substanciam.

Quando os corticosteróides são administrados concomitantemente com diuréticos que expoliam potássio, os doentes devem ser vigiados cuidadosamente, dado o risco de se desenvolver hipocaliémia.

Os corticosteróides podem alterar o teste do azul de nitrotetrazol para infecções bacterianas, produzindo falsos resultados negativos.

4.6Gravidez e aleitamento

uma vez que não foram feitos estudos de reprodução humana com os corticosteróides, o uso destes medicamentos durante a gravidez, ou em mulheres que possam engravidar, requer que antecipadamente se pondere o balanço dos benefícios previstos, contra os possíveis riscos para a mãe e para o embrião ou feto. Os recém-nascidos, de mães que receberam doses substanciais de corticosteróides durante a gravidez, deverão ser cuidadosamente observados para detecção de sinais de hipo-adrenalismo.

Os corticosteróides são eliminados no leite e podem deter o crescimento, interferir com a produção endógena de corticosteróides, ou causar outros efeitos indesejáveis. As mulheres que tomam doses farmacológicas de corticosteróides devem ser aconselhadas a não dar de mamar.

4.7Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

O doente deve ser aconselhado a não realizar tarefas que exijam concentração, como por exemplo a condução de veículos e o trabalho com maquinaria perigosa, sem primeiro avaliar se a sua capacidade para realizar tais tarefas foi afectada.

4.8Efeitos indesejáveis

Perturbações hidro-electrolíticas

Retenção de sódio Retenção hídrica

Insuficiência cardíaca congestiva em doentes susceptíveis Expoliação de potássio Alcalose hipocaliémica Hipertensão

Aumento da excreção do cálcio

Músculo-esqueléticos

Astenia muscular Miopatia dos esteróides Perda de massa muscular Osteoporose

Fracturas por compressão vertebral Necrose asséptica das cabeças femoral e umeral Fracturas patológicas dos ossos compridos Rotura de tendões

Gastrointestinais

Ulcera péptica com possibilidade de perfuração e hemorragia Pancreatite Distensão abdominal Esofagite ulcerosa

Perfuração do intestino delgado e grosso, particularmente em doentes com doenças inflamatórias do intestino

Dermatológicos

Atraso de cicatrização de feridas Pele fina e frágil Petéquias e equimoses Eritema

Sudação aumentada

Possibilidade de supressão das reacções a testes cutâneos

Outras reacções cutâneas, tais como dermatite alérgica, urticária e edema angioneurótico

Estrias cutâneas

Acne

Neurológicos

Convulsões

Aumento da pressão intra-craniana com papiledema (pseudo-tumor cerebral), usualmente

após tratamento

Vertigens

Cefaleias

Distúrbios psíquicos Endócrinos

Irregularidades menstruais

Desenvolvimento duma síndroma cushingóide

Supressão do crescimento das crianças

Supressão secundária das respostas cortico-supra-renal e hipofisária, particularmente em circunstâncias de “stress”, como traumatismos, cirurgia e doenças Diminuição da tolerância aos hidratos de carbono Manifestação duma diabetes mellitus latente

Aumento das necessidades de insulina ou medicamentos hipoglicemiantesorais, nos

diabéticos

Hirsutismo

Amenorreia

Oftálmicos

Cataratas sub-capsulares posteriores Aumento da pressão intra-ocular Glaucoma Exoftalmia

Metabólicos

Balanço de azoto negativo por aumento do catabolismo proteico Cardiovasculares

Rotura do miocárdio após recente infarto de miocárdio (ver 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização)

Outros

Hipersensibilidade e anafilaxia

Trombo-embolismo

Aumento do peso

Aumento do apetite

Náuseas

Mal estar

Soluços

4.9Sobredosagem

São raros os relatórios de toxicidade aguda e/ou morte após a sobredosagem de glucocorticóides. Não há recomendações específicas para tratamento em caso de sobredosagem com DECADRON.

5.PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO DECADRON

5.1   Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 8.2.2 – Glucocorticóides Código ATC: H02AB02

DECADRON (dexametasona, MSD) é um glucocorticosteróide de síntese usado principalmente pelos seus efeitos anti-inflamatórios. É um dos glucocorticosteróides mais potentes, e a sua acção anti-inflamatória equivale a 25 – 30 vezes a acção da hidrocortisona. No entanto, o efeito exercido nos eletrólitos é ligeiro. Em doses anti-inflamatórias equipotentes, a dexametasona tem quase completa ausência do efeito de retenção de sódio evidenciado pela hidrocortisona e seus derivados mais próximos.

Para além das suas propriedades anti-inflamatórias, DECADRON tem mostrado eficácia no tratamento de náuseas e vómitos secundários à quimioterapia emetogénica com cisplatina e outros fármacos quimioterápicos.

Os glucocorticosteróides provocam profundos e variados efeitos metabólicos. Podem modificar as respostas imunológicas do organismo a diversos estímulos.

A dexametasona tem uma actividade predominantemente glucocorticóide, com pequena propensão para promover a retenção renal de sódio e água. Por isso, não proporciona uma terapêutica de substituição completa, e deve ser suplementada com sal e/ou desoxicorticosterona.

5.2Propriedades farmacocinéticas

A dexametasona possui as acções e efeitos de outros glucocorticosteróides fundamentais, e está entre os membros mais activos da sua classe. Os glucocorticosteróides são corticosteróides, de origem natural ou sintética, que são rapidamente absorvidos no tracto gastrointestinal. A sua semi-vida plasmática é de cerca de 190 minutos.

A ligação da dexametasona às proteínas plasmáticas é menor que na maioria de outros corticosteróides e calcula-se que seja de cerca de 77% .

A excreção urinária atinge os 65% em 24 horas, apresentando-se este valor diminuído após a administração concomitante de fenitoína.

5.3Dados de segurança pré-clínica

A DL50 da dexametasona em ratinhos fêmea foi de 6,5 g/kg.

6.INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO DECADRON

6.1.Lista dos excipientes

–   lactose

–   fosfato dibásico de cálcio

–   amido de milhoestearato de magnésio

–   água purificada

6.2Incompatibilidades

Não aplicável. 6.3Prazo de validade

3 anos.

6.4Precauções especiais de conservação

Conservar a embalagem protegida da luz solar e do calor excessivo. 6.5Natureza e conteúdo do recipiente

Embalagens de 20 e 60 comprimidos doseados a 0,5 mg de dexametasona. Blister de PVC/Alumínio

6.6Instruções de utilização e manipulação

Não existem requisitos especiais.

7.TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

LABORATÓRIO MEDINFAR – PRODUTOS FARMACÊUTICOS, S.A.
Rua Manuel Ribeiro de Pavia, n° 1

Venda

2700-547 AMADORA

8.NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Embalagem de 20 comprimidos                                                3546587

Embalagem de 60 comprimidos                                                3546686

9.DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira Autorização de introdução no Mercado: 07-05-1959 Data da Renovação da Autorização de Introdução no mercado: 19-12-2003

10.DATA DA REVISÃO DO TEXTO

Fevereiro de 2006.

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