Categorias
Benserazida Levodopa

CARACTERÍSTICAS DO MADOPAR bula do medicamento

COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO MADOPAR
Madopar
Cada comprimido de Madopar contém 200 mg de levodopa e 57 mg de cloridrato de benserazida
(correspondente a 50 mg de benserazida)
Excipientes:
Manitol (E421) – 103,2 mg

Madopar HBS
Cada cápsula de Madopar HBS (“Hydrodynamically Balanced System”) contém 100 mg de levodopa e 28,5 mg de cloridrato de benserazida (correspondente a 25 mg de benserazida) Excipientes:
Manitol (E421) – 18 mg

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
MADOPAR

1.NOME DO MEDICAMENTO
Madopar 200 mg + 50 mg comprimidos
Madopar HBS 100 mg + 25 mg cápsulas de libertação prolongada

2.COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO MADOPAR
Madopar
Cada comprimido de Madopar contém 200 mg de levodopa e 57 mg de cloridrato de benserazida
(correspondente a 50 mg de benserazida)
Excipientes:
Manitol (E421) – 103,2 mg

Madopar HBS
Cada cápsula de Madopar HBS (“Hydrodynamically Balanced System”) contém 100 mg de levodopa e 28,5 mg de cloridrato de benserazida (correspondente a 25 mg de benserazida) Excipientes:
Manitol (E421) – 18 mg

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3.FORMA FARMACÊUTICA DO MADOPAR
Madopar:comprimido
Madopar HBS: cápsula de libertação prolongada

4.INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO MADOPAR
4.1Indicações terapêuticas

Madopar e Madopar HBS estão indicados no tratamento de todas as formas da síndrome de Parkinson.

Madopar HBS destina-se, sobretudo, aos doentes que apresentam qualquer tipo de flutuações (“disquinésia de pico-de-dose” e “fenómeno de fim-de-dose” – tal como imobilidade nocturna).

4.2Posologia e modo de administração

Modo de administração

As cápsulas de Madopar HBS devem ser tomadas inteiras (sem abrir nem mastigar) para não perderem as suas características de libertação prolongada.
Os comprimidos de Madopar podem ser partidos de forma a facilitar a deglutição.
Madopar deve, sempre que possível, ser tomado pelo menos 30 minutos antes ou 1 hora depois das refeições.
Os efeitos indesejáveis gastrointestinais, de ocorrência mais frequente nas fases iniciais do tratamento, podem ser controlados pela ingestão de Madopar com uma refeição ligeira (por ex. biscoitos) ou líquido ou pelo aumento gradual da dose.

Madopar

O tratamento com Madopar deve ser introduzido gradualmente. A dose deve ser determinada individualmente e titulada a fim de optimizar-se o efeito terapêutico. As instruções seguintes têm, portanto, um carácter meramente informativo.

Terapêutica inicial:
Nas fases iniciais da doença de Parkinson, é aconselhável iniciar o tratamento com uma dose de 62,5 mg de Madopar (1/4 de comprimido), três ou quatro vezes por dia. Logo que esteja confirmada a tolerabilidade do esquema terapêutico inicial, a posologia pode ser aumentada lentamente de acordo com a resposta do doente.
A optimização do efeito é geralmente conseguida com uma posologia diária de Madopar correspondente a 300-800 mg de levodopa + 75-200 mg de benserazida, fraccionada em três ou mais doses. Podem ser necessárias entre 4 e 6 semanas para se atingir o efeito óptimo. Se houver necessidade de doses diárias mais elevadas, a sua progressão deve ser feita mensalmente.

Terapêutica de manutenção:
A posologia média de manutenção é de 1 cápsula de Madopar HBS ou 1/2 comprimido de Madopar, três a seis vezes por dia. O número de doses individuais (nunca menos de três) e a sua distribuição ao longo do dia devem estabelecer-se de acordo com as necessidades do doente.

Instruções posológicas especiais:
A posologia deve ser cuidadosamente titulada em todos os doentes. Doentes em terapêutica com outros fármacos antiparkinsónicos podem receber Madopar. No entanto, à medida que o tratamento com Madopar prosseguir e for surgindo o efeito terapêutico, pode ser necessário reduzir a dose dos outros fármacos ou retirá-los gradualmente.

Os doentes que apresentarem grandes flutuações de efeito ao longo do dia (fenómeno “on-off”), devem receber a dose diária fraccionada em doses menores e mais frequentes ou mudar para Madopar HBS.

Madopar HBS

A mudança para Madopar HBS é feita de preferência de um dia para o outro, começando com a dose da manhã. Inicialmente, deve manter-se a dose diária e o intervalo entre as doses utilizados para o Madopar. Ao fim de 2-3 dias, a posologia deve ser aumentada gradualmente em cerca de 50%. Os doentes devem ser informados de que o seu estado pode piorar durante a adaptação ao novo tratamento.

Devido às propriedades farmacocinéticas do Madopar HBS, o início da acção manifesta-se mais tarde. O efeito clínico pode ser conseguido mais rapidamente, administrando simultaneamente Madopar HBS e o Madopar. Este método é especialmente útil na primeira toma da manhã, a qual deve ser um pouco mais elevada do que as restantes doses diárias. A titulação individual do
Madopar HBS deve ser realizada lenta e cuidadosamente, fazendo intervalos mínimos de 2-3 dias entre cada alteração de dose.

Nos doentes com imobilidade nocturna, têm sido obtidos bons resultados com o aumento gradual da última dose da noite para duas cápsulas de Madopar HBS, ao deitar.

Respostas exageradas ao Madopar HBS (disquinésia) podem ser controladas aumentando o intervalo entre as doses, em vez de reduzir as doses individuais.

Caso a resposta ao Madopar HBS seja insuficiente, é preferível regressar ao tratamento anterior com Madopar.

Os doentes devem ser cuidadosamente avaliados em relação ao aparecimento de efeitos indesejáveis do foro psiquiátrico.

4.3Contra-indicações

Madopar e Madopar HBS estão contra-indicados em indivíduos com hipersensibilidade às substâncias activas, levodopa e cloridrato de benserazida, ou a qualquer um dos excipientes.

Madopar não deve ser administrado concomitantemente com inibidores não-selectivos da monoamino oxidase (MAO). No entanto, não está contra-indicada a administração concomitante com inibidores selectivos da MAO-B, como a selegilina e rasagilina, ou inibidores selectivos da MAO-A, como a moclobemida. A combinação de um inibidor da MAO-A com um inibidor da MAO-B é equivalente a uma inibição não-selectiva da MAO, pelo que esta combinação não deve ser administrada concomitantemente com Madopar ou com Madopar HBS (ver secção 4.5).

Madopar e Madopar HBS não devem ser administrados em doentes com doença endócrina descompensada, insuficiência renal (excepto doentes com síndrome da perna inquieta em diálise) ou hepática descompensadas, distúrbios cardíacos, doenças psiquiátricas com componente psicótica ou glaucoma de ângulo fechado.

Madopar e Madopar HBS não devem ser administrados em doentes com menos de 25 anos (o desenvolvimento do esqueleto tem de estar completo).

Madopar e Madopar HBS estão contra-indicados em mulheres grávidas ou em idade fértil na ausência de contracepção eficaz (ver secção 4.6). Se surgir uma gravidez em mulheres que estejam a tomar Madopar ou Madopar HBS, o tratamento deve ser imediatamente suspenso, de acordo com a indicação do médico.

4.4Advertências e precauções especiais de utilização

Podem ocorrer reacções de hipersensibilidade em indivíduos susceptíveis.

É aconselhável fazer o controlo regular da pressão intra-ocular nos doentes com glaucoma de ângulo aberto, uma vez que a levodopa pode teoricamente aumentar a pressão intra-ocular.

A depressão pode fazer parte do quadro clínico dos doentes com doença de Parkinson e também pode ocorrer nos doentes em tratamento com Madopar.
Se um doente a tomar levodopa necessitar de um anestésico geral, o regime posológico normal de Madopar e Madopar HBS deve ser continuado até tão próximo da cirurgia quanto possível, excepto no caso de se utilizar halotano. Na anestesia geral com halotano Madopar e Madopar HBS devem ser suspensos 12-48 horas antes de uma intervenção cirúrgica, uma vez que podem ocorrer variações da pressão arterial e/ou arritmias em doentes a tomar Madopar ou Madopar HBS. A terapêutica com Madopar pode ser retomada após a cirurgia, sendo a dose gradualmente aumentada até ao nível pré-operatório.

Madopar e Madopar HBS não devem ser suspensos abruptamente, porque pode ser desencadeado um estado semelhante à síndrome maligno dos neurolépticos (hiperpirexia e rigidez muscular, possivelmente alterações psicológicas e elevação da creatinina-fosfoquinase sérica) que pode ser fatal. Se ocorrer uma combinação destes sintomas e sinais, o doente deverá ser mantido sob vigilância médica e, se necessário, hospitalizado, a fim de receber tratamento sintomático rápido adequado. Este tratamento pode incluir, após uma avaliação correcta da situação, a retoma da terapêutica com Madopar ou Madopar HBS.

A levodopa tem sido associada a sonolência e episódios de adormecimento súbito. O adormecimento súbito durante a actividade quotidiana, em alguns casos sem quaisquer sinais prévios, tem sido notificado muito raramente. Os doentes devem ser informados no sentido de tomarem precauções quando conduzam ou utilizem máquinas durante o tratamento com levodopa. Doentes que tenham tido sonolência e/ou adormecimento súbito devem evitar conduzir ou utilizar máquinas potencialmente perigosas. Além disso, deve ser considerada a redução da dose ou a suspensão do tratamento (ver secção 4.7).

Têm sido notificados casos de jogo patológico, aumento da libido e hipersexualidade em doentes a tomar agonistas dopaminérgicos para a doença de Parkinson. Não existe uma relação causal entre o Madopar, que não é um agonista dopaminérgico, e estes eventos. No entanto, aconselha-se precaução, pois Madopar é um fármaco dopaminérgico.

A piridoxina (vitamina B6) pode ser administrada com Madopar, uma vez que a presença do inibidor da descarboxilase protege contra a transformação periférica da levodopa facilitada pela piridoxina.

Recomenda-se precaução quando for utilizado Madopar ou Madopar HBS nas seguintes circunstâncias: doença endócrina, renal, pulmonar ou cardiovascular, particularmente quando existem antecedentes de enfarte do miocárdio ou arritmias; perturbações psíquicas (p. ex. depressão), alteração hepática, úlcera péptica; osteomalacia; quando possam ser requeridos simpaticomiméticos (p. ex, asma brônquica) devido à possível potenciação dos efeitos cardiovasculares da levodopa; quando se administram antihipertensores, devido ao possível aumento da acção hipotensora.

Doentes com antecedentes de enfarte do miocárdio, insuficiência coronária ou arritmias cardíacas, devem ser sujeitos a monitorização regular da função cardiovascular, que inclui o electrocardiograma.

A função hepática e a fórmula sanguínea devem ser monitorizadas durante o tratamento.

A determinação da glicemia deve ser frequentemente realizada nos doentes diabéticos e a dosagem dos antidiabéticos ajustada em consequência.
A levodopa e a benserazida são ambas extensamente metabolizadas e menos de 10% da levodopa é excretada inalterada pelos rins. Portanto, não é necessário reduzir a dose no caso de insuficiência renal ligeira ou moderada.

Não existem dados de farmacocinética com levodopa em doentes com insuficiência renal. Madopar é bem tolerado em doentes urémicos submetidos a hemodiálise.

A levodopa é principalmente metabolizada pela descarboxilase dos aminoácidos aromáticos cuja
presença é abundante no fígado e ainda no tracto gastrointestinal, rim e coração.
Não existem dados de farmacocinética com levodopa em doentes com insuficiência hepática.

Doentes que apresentem melhoria dos sintomas com o tratamento com Madopar ou Madopar HBS devem reiniciar as actividades diárias gradualmente, porque a mobilização rápida pode aumentar o risco de ferimentos.

Potencial de abuso ou dependência de fármacos
Um pequeno sub-grupo de doentes com doença de Parkinson sofre de perturbações cognitivas e comportamentais que podem ser directamente atribuídas à toma de doses aumentadas, à revelia do conselho médico, e excedendo as doses necessárias ao tratamento da disfunção motora.

4.5Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Interacções farmacocinéticas

A administração concomitante de Madopar e do fármaco anticolinérgico, tri-hexifenidilo, reduz a velocidade mas não o grau de absorção da levodopa. A administração concomitante de tri-hexifenidilo e Madopar HBS não afecta a farmacocinética da levodopa.

A administração concomitante de antiácidos com Madopar HBS reduz em 32% o grau de absorção da levodopa.

O sulfato ferroso diminui em 30-50% a concentração plasmática máxima e a AUC da levodopa. As alterações farmacocinéticas observadas durante a administração concomitante com sulfato ferroso parecem ser clinicamente significativas apenas em alguns doentes.

A metoclopramida aumenta a velocidade de absorção da levodopa.

Não se verificam interacções farmacocinéticas entre a levodopa e os seguintes fármacos: bromocriptina, amantadina, selegilina e domperidona.

Interacções farmacodinâmicas

Neurolépticos, opióides e medicamentos antihipertensores contendo reserpina inibem a acção do Madopar ou Madopar HBS.

Caso se pretenda administrar Madopar em doentes a receber um inibidor irreversível não-selectivo da MAO, deve ser feito um intervalo de pelo menos 2 semanas entre o final do tratamento com o inibidor da MAO e o início da terapêutica com Madopar ou Madopar HBS, de modo a prevenir a ocorrência de efeitos indesejáveis, nomeadamente crises hipertensivas (ver secção 4.3).
Inibidores selectivos da MAO-B, como a selegilina e rasagilina, e inibidores selectivos da MAO-A, como a moclobemida, podem ser prescritos em doentes tratados com Madopar ou Madopar HBS. Para manter a eficácia e tolerabilidade do Madopar, recomenda-se proceder ao reajustamento de dose segundo as necessidades individuais do doente. A combinação de um inibidor da MAO-A e de um inibidor da MAO-B é equivalente a uma inibição não selectiva da MAO, pelo que esta combinação não deve ser administrada concomitantemente com Madopar (ver secção 4.3).

Madopar e Madopar HBS não devem ser administrados concomitantemente com simpaticomiméticos (tais como epinefrina, norepinefrina, isoproterenol ou anfetaminas que estimulam o sistema nervoso simpático), dado que a levodopa pode potenciar os seus efeitos. Se for necessária a administração concomitante, é indispensável uma vigilância rigorosa da função cardiovascular e, eventualmente, uma redução da dose dos simpaticomiméticos.

A associação a outros fármacos tais como anticolinérgicos, amantadina e agonistas da dopamina é permitida, porém pode intensificar tanto os efeitos desejados como os efeitos indesejados do tratamento. Poderá ser necessário reduzir a dose de Madopar ou Madopar HBS ou do outro fármaco. Quando se inicia o tratamento adjuvante com um inibidor da COMT, pode ser necessário reduzir a dose de Madopar ou Madopar HBS. Os anticolinérgicos não devem ser suspensos abruptamente quando se inicia o tratamento com Madopar ou Madopar HBS, uma vez que a levodopa só manifesta o seu efeito passado algum tempo.

Foram relatados casos isolados de crises hipertensivas com o uso concomitante de antidepressivos tricíclicos.

A levodopa pode afectar os resultados dos testes laboratoriais para as catecolaminas, creatinina, ácido úrico e glucose. O teste de Coombs pode dar um resultado falso-positivo nos doentes a tomar Madopar ou Madopar HBS.

Verifica-se uma diminuição do efeito quando a levodopa é tomada com uma refeição rica em proteínas.

Anestesia geral com halotano: Madopar e Madopar HBS devem ser suspensos 12-48 horas antes de uma intervenção cirúrgica que requeira uma anestesia geral com halotano, uma vez que podem ocorrer variações da pressão arterial e/ou arritmias. Para anestesias gerais com outros anestésicos ver secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização.

4.6Gravidez e aleitamento

Madopar e Madopar HBS estão contra-indicados durante a gravidez e em mulheres em idade fértil na ausência de contracepção eficaz, face à possibilidade de ocorrerem perturbações no desenvolvimento ósseo do feto (ver secções 4.3 e 5.3).

Uma vez que não se sabe se a benserazida passa para o leite materno, mães em tratamento com Madopar ou Madopar HBS não devem amamentar, porque não pode ser excluída a possibilidade de ocorrerem malformações ósseas nos lactentes.

4.7Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Dependendo da resposta individual ao Madopar ou Madopar HBS, pode haver alteração da capacidade de condução e utilização de máquinas. Por isso, antes de conduzir um automóvel ou utilizar máquinas, deve ser verificada a reacção do doente ao Madopar ou Madopar HBS.

Doentes em tratamento com Madopar ou Madopar HBS e que apresentem sonolência e/ou episódios de adormecimento súbito devem ser informados no sentido de evitarem conduzir ou realizar actividades que possam comprometer a vida dos próprios ou a de outros (utilização de máquinas, por exemplo), até que estes episódios e a sonolência sejam resolvidos (ver secção 4.4).

4.8Efeitos indesejáveis

Doenças do sangue e afecções linfáticas: foram relatados casos raros de anemia hemolítica, leucopenia e trombocitopenia temporárias. Assim, em qualquer tratamento prolongado com levodopa, devem ser periodicamente monitorizados a fórmula sanguínea e as funções hepática e renal.

Alterações metabólicas e nutricionais: foi relatada anorexia.

Perturbações mentais: a depressão pode fazer parte do quadro clínico dos doentes com Doença de Parkinson e também pode ocorrer nos doentes em tratamento com Madopar. Agitação, ansiedade, insónias, alucinações, desorientação temporal e delírio podem ocorrer particularmente em doentes idosos e em doentes apresentando antecedentes.

Perturbação do sistema nervoso: foram relatados casos isolados de ageusia ou disgeusia. Numa fase avançada do tratamento, podem aparecer movimentos involuntários (por exemplo, coreiformes e distónicos). Habitualmente, a redução da posologia permite eliminá-los ou torná-los toleráveis. Com o tratamento prolongado podem também surgir flutuações da resposta terapêutica. Estas incluem crises de rigidez, deterioração de “fim-de-dose” e efeito “on-off”. Habitualmente consegue-se eliminar estes efeitos ou torná-los toleráveis ajustando a posologia e administrando doses menores com maior frequência. Posteriormente, pode tentar-se aumentar de novo a dosagem para intensificação do efeito terapêutico. Madopar e Madopar HBS estão associados a sonolência e têm sido associados muito raramente a sonolência excessiva durante a actividade quotidiana e a episódios de adormecimento súbito.

Cardiopatias: podem ocorrer ocasionalmente arritmias cardíacas.
Perturbações vasculares: pode ocorrer ocasionalmente hipotensão ortostática. Perturbações ortostáticas melhoram habitualmente com a redução da dose de Madopar ou Madopar HBS.

Anomalias gastrointestinais: foi relatada a ocorrência de náuseas, vómitos e diarreia com Madopar ou Madopar HBS. Efeitos gastrointestinais indesejáveis, que podem aparecer sobretudo nas fases iniciais do tratamento, podem ser controlados se o medicamento for tomado com uma refeição ligeira ou líquido ou se a posologia for aumentada lentamente.

Afecções da pele e tecido subcutâneo: podem ocorrer raramente reacções cutâneas alérgicas como prurido e erupção cutânea.

Exames: pode ocorrer um aumento temporário das transaminases hepáticas e fosfatase alcalina. Foi observado azoto ureico no sangue aumentado durante o tratamento com Madopar ou Madopar
HBS.
A urina pode apresentar alteração de cor, adquirindo habitualmente uma coloração avermelhada que depois escurece.

Em doentes a tomar agonistas dopaminérgicos para o tratamento da doença de Parkinson, e em especial com doses elevadas, têm sido notificados casos associados a sinais de jogo patológico, aumento da libido e hipersexualidade. Geralmente esta situação é reversível na sequência da diminuição da dose ou descontinuação do tratamento.

4.9Sobredosagem

Sintomas e sinais
Os sintomas e sinais de sobredosagem são qualitativamente semelhantes aos efeitos adversos de Madopar e Madopar HBS em doses terapêuticas, mas podem ser de maior gravidade. A sobredosagem pode conduzir a: efeitos adversos cardiovasculares (ex. arritmias cardíacas), perturbações mentais (ex. confusão e insónias), efeitos gastrointestinais (ex. náuseas e vómitos) e movimentos involuntários anormais (ver secção 4.8).

Caso o doente tenha tomado uma dose excessiva de Madopar HBS, a ocorrência de sinais e sintomas pode ser atrasada devido à absorção retardada das substâncias activas a partir do estômago.

Tratamento
Monitorizar os sinais vitais do doente e instituir medidas de suporte conforme indicado consoante o estado clínico do doente. Em particular, os doentes podem necessitar de tratamento sintomático para os efeitos cardiovasculares (ex. anti-arrítmicos) ou para os efeitos ao nível do sistema nervoso central (ex. estimulantes respiratórios, neurolépticos).

Adicionalmente, para a forma farmacêutica de libertação prolongada deve-se impedir mais absorção utilizando um método apropriado.

5.PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO MADOPAR
5.1Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 2.5.2 Sistema Nervoso Central. Antiparkinsónicos. Dopaminomiméticos
Código ATC: N04BA02

A dopamina, que actua como neurotransmissor cerebral, não se encontra em quantidade suficiente nos gânglios basais nos doentes parkinsónicos. A levodopa (DCI) ou L-DOPA (3,4-dihidroxi L-fenilalanina) é um intermediário da síntese da dopamina. A levodopa (percursor da dopamina) é usado como pró-fármaco para aumentar os níveis de dopamina, já que consegue atravessar a barreira hematoencefálica enquanto que a dopamina não o faz. Uma vez no sistema nervoso central (SNC) é metabolizada em dopamina pela descarboxilase dos L-aminoácidos aromáticos.

Depois de ser administrada, a levodopa é rapidamente descarboxilada em dopamina, tanto nos tecidos cerebrais como nos tecidos extra-cerebrais. Como consequência, a maior parte da levodopa administrada não chega a atingir os gânglios basais e a dopamina produzida a nível periférico causa frequentemente efeitos indesejáveis. Há, portanto, toda a vantagem em inibir a
descarboxilação extra-cerebral da levodopa, o que é conseguido pela administração simultânea com benserazida, um inibidor periférico da descarboxilase.

Madopar e Madopar HBS são associações destas duas substâncias na relação de 4:1 – os estudos clínicos e a utilização terapêutica demonstraram que esta é a relação ideal – que apresenta uma eficácia idêntica à obtida com doses mais elevadas de levodopa isoladamente.

5.2Propriedades farmacocinéticas

Absorção
Madopar
A levodopa é essencialmente absorvida na parte superior do intestino delgado, e a absorção é aí independente do local. As concentrações plasmáticas máximas de levodopa são alcançadas cerca de 1 hora depois da ingestão de Madopar.

A concentração plasmática máxima de levodopa e a quantidade de levodopa absorvida (AUC) aumentam proporcionalmente com a dose (50-200 mg de levodopa).

A ingestão de alimentos reduz a velocidade e grau de absorção de levodopa. O pico da concentração plasmática de levodopa é 30% menor e ocorre mais tarde quando Madopar é administrado após uma refeição padrão. Os alimentos reduzem em 15% o grau de absorção da levodopa.

Madopar HBS
As propriedades farmacocinéticas do Madopar HBS diferem das do Madopar. As substâncias activas são libertadas lentamente no estômago. As concentrações plasmáticas máximas de levodopa, que são 20-30 % das obtidas com o Madopar, são alcançadas cerca de 3 horas após a administração. A curva concentração plasmática/tempo apresenta uma “semi-duração” (período de tempo em que as concentrações plasmáticas são iguais ou superiores a metade da concentração máxima) mais longa do que com Madopar, o que é indicativo das acentuadas propriedades de libertação prolongada. A biodisponibilidade do Madopar HBS é 50-70% da do Madopar e não é afectada pela presença de alimentos. As concentrações plasmáticas máximas de levodopa não são afectadas pela presença de alimentos mas ocorrem mais tarde (5 horas) após administração pós-prandial do Madopar HBS.

Distribuição
A levodopa atravessa a barreira hemato-encefálica por meio de um mecanismo de transporte activo saturável. Não se liga às proteínas plasmáticas e o seu volume de distribuição é de 57 litros. A AUC da levodopa no líquido cerebrospinal corresponde a 12% da AUC no plasma.

Contrariamente à levodopa, a benserazida administrada em doses terapêuticas não atravessa a barreira hemato-encefálica. Concentra-se essencialmente nos rins, pulmões, intestino delgado e fígado.

Metabolismo
A levodopa é metabolizada por duas vias metabólicas principais (a descarboxilação e a O-metilação) e por duas vias metabólicas menores (a transaminação e a oxidação). A descarboxilase dos aminoácidos aromáticos converte a levodopa em dopamina. Os principais produtos de degradação desta via metabólica são o ácido homovanílico e o ácido
dihidroxifenilacético. A catecol-O-metiltransferase converte a levodopa em 3-O-metildopa. Este metabolito principal do plasma tem uma semi-vida de eliminação de 15 horas e acumula-se nos doentes que recebem doses terapêuticas de Madopar.
A redução da descarboxilação periférica da levodopa quando é administrada com a benserazida, traduz-se num aumento dos níveis plasmáticos da levodopa e da 3-O-metildopa e numa diminuição dos níveis plasmáticos das catecolaminas (dopamina, noradrenalina) e dos ácidos fenolcarboxílicos (ácido homovanílico, ácido di-hidroxifenilacético).

A benserazida é hidroxilada em tri-hidroxibenzil-hidrazina na mucosa intestinal e no fígado. Este metabolito é um inibidor potente da descarboxilase dos aminoácidos aromáticos.

Eliminação
Na presença de inibição periférica da levodopa-descarboxilase, a semi-vida de eliminação da levodopa é cerca de 1,5 horas. A semi-vida de eliminação é ligeiramente mais longa (cerca de 25%) nos doentes idosos (65-78 anos) com doença de Parkinson (ver “Efeito da idade na farmacocinética da levodopa”). A depuração plasmática da levodopa é cerca de 430 ml/min.

A benserazida é quase inteiramente eliminada sob a forma de metabolitos. Os metabolitos são excretados essencialmente na urina (64%) e em menor quantidade nas fezes (24%).
Farmacocinética em populações especiais
Não existem dados de farmacocinética em doentes urémicos e hepáticos. Efeito da idade na farmacocinética da levodopa
A semi-vida de eliminação e a AUC da levodopa são cerca de 25% mais elevadas nos doentes com doença de Parkinson mais idosos (65-78 anos) do que nos doentes mais jovens (34-64 anos). O efeito estatisticamente significativo da idade é clinicamente insignificante e de menor importância para o quadro posológico.

5.3Dados de segurança pré-clínica

Carcinogenicidade
Não foram relaizados estudos de carcinogenicidade com Madopar. Mutagenicidade
Madopar e suas substâncias activas (levodopa e benserazida) não foram mutagénicos no teste de Ames. Não existem mais dados.

Alteração da fertilidade
Não foram realizados estudos de fertilidade em animais com Madopar. Teratogenicidade
Os estudos teratogénicos não evidenciaram efeitos teratogénicos ou efeitos no desenvolvimento do esqueleto em ratinhos (400 mg/kg); ratos (600 mg/kg; 250 mg/kg) e coelhos (120 mg/kg; 150 mg/kg).

Em doses materno-tóxicas, as mortes intrauterinas aumentaram (coelhos) e/ou o peso fetal diminuiu (ratos).
Outros
Estudos toxicológicos em ratos evidenciaram a possibilidade de alteração do desenvolvimento do esqueleto.
Não existem mais dados relevantes com animais.

6.INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO MADOPAR
6.1.Lista dos excipientes

Madopar
Manitol (E421)
Hidrogenofosfato de cálcio anidro Celulose microcristalina Amido de milho pré-gelatinizado Crospovidona
Etilcelulose (E462)
Óxido vermelho de ferro (E172) Sílica coloidal anidra Docusato sódico Estearato de magnésio

Madopar HBS

Enchimento capsular Hidroxipropilmetilcelulose Óleo vegetal hidrogenado Hidrogenofosfato de cálcio anidro
Manitol (E421)
Povidona Talco
Estearato de magnésio

Invólucro capsular: Gelatina
Indigotina (E132) Dióxido de titânio (E171) Óxido de ferro (E172)

6.2Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3Prazo de validade
3 anos

6.4Precauções especiais de conservação
Madopar:
Não conservar acima de 25°C.

Madopar HBS:
Não conservar acima de 30° C. 6.5Natureza e conteúdo do recipiente Madopar
Frasco de vidro âmbar tipo III com fecho roscado de polietileno com dissecante incluído. Embalagens de 20 e 30 comprimidos.

Madopar HBS
Frasco de vidro âmbar tipo III com fecho de polietileno com dissecante incluído. Embalagens de 30 cápsulas de libertação prolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6Precauções especiais de eliminação Não existem requisitos especiais.

7.TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Roche Farmacêutica Química, Lda. Estrada Nacional 249-1
2720-413 Amadora

8.NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Madopar:
N° de registo: 8557926 – 20 comprimidos, 200 mg + 50 mg, frasco de vidro âmbar tipo III.
N° de registo: 8557900 – 30 comprimidos, 200 mg + 50 mg, frasco de vidro âmbar tipo III.

Madopar HBS:
N° de registo: 8402933 – 30 cápsulas de libertação prolongada, 100 mg + 25 mg, frasco de vidro âmbar tipo III.

9.DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Madopar:
Data da primeira autorização: 07-01-1983
Data de revisão: 21-09-1998
Data da última renovação: 21-09-2003

Madopar HBS:

Data da primeira autorização: 16-12-1988 Data da última renovação: 16-12-2003

10.DATA DA REVISÃO DO TEXTO
22-04-2008

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *