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Cloreto de sódio Relaxantes musculares

Mivacron Cloreto de mivacúrio bula do medicamento

Neste folheto:
1. O que é Mivacron e para que é utilizado
2. Antes de utilizar Mivacron
3. Como utilizar Mivacron
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Mivacron
6. Outras informações


FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR

Mivacron 2 mg/ml Solução injectável
Cloreto de mivacúrio

Leia atentamente este folheto antes de utilizar o medicamento.
-Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
-Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento podeser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
-Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundáriosnão mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

Neste folheto:

1. O QUE É MIVACRON E PARA QUE É UTILIZADO

Mivacron apresenta-se sob a forma de solução aquosa transparente contendo 2 mg demivacúrio, sob a forma de cloreto, por ml de solução.

Mivacron pertence ao grupo dos medicamentos relaxantes musculares de acção periférica
Mivacron é um bloqueador neuromuscular não-despolarizante, altamente selectivo, decurta duração de acção e rápida recuperação. Mivacron é utilizado como complemento daanestesia geral para relaxar os músculos esqueléticos e para facilitar a intubação traqueale a ventilação mecânica.

Mivacron não contém conservantes antimicrobianos e destina-se a utilizaçãoindividualizada.

2. ANTES DE UTILIZAR MIVACRON

Não utilize Mivacron
-Se tem alergia (hipersensibilidade) ao cloreto de mivacúrio ou a qualquer outrocomponente de Micacron;
-Se é homozigóticos para o gene atípico das colinesterases plasmáticas
(ver Tome especial cuidado com Mivacron).

Tome especial cuidado com Mivacron
Tal como todos os outros bloqueadores neuromusculares, Mivacron paralisa os músculosrespiratórios bem como outros músculos esqueléticos sem afectar o estado de consciência.
Mivacron deverá ser administrado apenas por um anestesista experiente, ou sob a sua

supervisão, devendo estar disponíveis condições adequadas para intubação endotraqueal eventilação artificial.

Tal como com o suxametónio/succinilcolina, os doentes homozigóticos para o geneatípico das colinesterases plasmáticas (1 em 2500 doentes) são extremamente sensíveis aobloqueio neuromuscular do mivacúrio. Em três destes doentes adultos, uma dose reduzidade 0,03 mg/kg de Mivacron (aproximadamente DE10-20 em doentes com genotiponormal) produziu um bloqueio muscular completo durante 26 a 128 minutos. Assim quese iniciou a recuperação espontânea nestes doentes, o bloqueio neuromuscular foiantagonizado com doses convencionais de neostigmina.

Recomenda-se precaução na administração de Mivacron em doentes com história clínicasugestiva de sensibilidade aumentada aos efeitos da histamina (por exemplo doentesasmáticos). Caso Mivacron seja utilizado neste grupo de doentes ou em doentesexcepcionalmente sensíveis a quedas da pressão arterial (p.ex. doentes hipovolémicos)deverá ser administrado por um período de 60 segundos.

Uma vez que foram relatados casos de sensibilidade cruzada entre agentes bloqueadoresneuromusculares deverão tomar-se precauções quando se administra Mivacron a doentescom história de hipersensibilidade a outros agentes bloqueadores neuromusculares.

No adulto, doses de Mivacron iguais ou superiores a 0,2 mg/kg (³3 x DE95) têm sidoassociadas a libertação de histamina quando administradas por injecção rápida em bólus.
No entanto, a administração mais lenta de 0,2 mg/kg de Mivacron e a administração emdoses divididas de 0,25 mg/kg (ver secção 3., Como utilizar Mivacron) permite minimizaros efeitos cardiovasculares observados para estas doses. Nos ensaios clínicos efectuados,a segurança cardiovascular em crianças não aparentou ser comprometida quando foramadministradas doses de 0,2 mg/kg em injecção rápida por bólus.

Nas doses recomendadas, Mivacron não induz bloqueio vagal ou ganglionar significativo.
Consequentemente, estas doses não terão efeitos clinicamente significativos sobre afrequência cardíaca não contrariando, portanto, a bradicardia produzida por anestésicosou por estimulação vagal durante a cirurgia.

Como com qualquer outro bloqueador neuromuscular não despolarizante, pode ocorreraumento da sensibilidade ao mivacúrio em doentes com miastenia gravis, outras formasde doença neuromuscular e caquexia. Alterações electrolíticas ou ácido-base gravespodem aumentar ou diminuir a sensibilidade ao mivacúrio.

A solução de Mivacron é ácida (pH=4,5 aproximadamente) e não deve ser misturada namesma seringa com soluções altamente alcalinas ou administrada simultaneamenteatravés da mesma agulha (p.ex. soluções de barbituricos). Tem sido demonstradacompatibilidade com alguns fármacos pré-cirúrgicos habitualmente utilizados, fornecidoscomo soluções acídicas (ver Instruções para o uso e administração ).

Doentes com queimaduras podem desenvolver resistência aos bloqueadoresneuromusculares não despolarizantes e necessitar de doses superiores. No entanto, estesdoentes podem também ter a actividade das colinesterases plasmáticas reduzida,necessitando assim diminuição da dose. Consequentemente, em doentes com

queimaduras deverá ser administrada uma dose-teste de 0,015-0,020 mg/kg de Mivacron,seguida de dose apropriada controlada por monitorização do bloqueio com um neuro-
estimulador.

Estudos em suínos susceptíveis à hipertermia maligna indicam que o mivacúrio nãodesencadeia este síndrome. Mivacron não foi estudado em doentes susceptíveis àhipertermia maligna.

Não existem dados sobre a utilização prolongada de Mivacron em doentes sujeitos aventilação mecânica na Unidades de Cuidados Intensivos.

Reversão do bloqueio neuromuscular: como com outros fármacos bloqueadoresneuromusculares, devem observar-se evidência de recuperação espontânea antes daadministração de fármacos que provoquem a reversão do efeito (por exemploneostigmina). Recomenda-se a utilização de um estimulante do sistema nervoso periféricopara avaliação da recuperação antes e após a reversão do bloqueio neuromuscular.

Ao utilizar Mivacron com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentementeoutros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica.

O bloqueio neuromuscular produzido pelo mivacúrio pode ser potenciado pela utilizaçãoconcomitante de anestésicos inalados como o enflurano, isoflurano, sevoflurano ehalotano.

Mivacron foi administrado com segurança após intubação traqueal iniciada comsuxametónio. Previamente à administração de Mivacron deve observar-se evidência derecuperação espontânea do efeito do suxametónio.

Tal como todos os outros bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes, a extensãoe/ou duração de um bloqueio neuromuscular não-despolarizante pode ser aumentada e asnecessidades de perfusão podem ser reduzidas por interacção com:
Antibióticos: incluindo aminoglicosidos, polimixinas, espectinomicina, tetraciclinas,lincomicina e clindamicina;
Fármacos antiarrítmicos: propranolol, bloqueadores dos canais de cálcio, lidocaína,procainamida e quinidina;
Diuréticos: furosemida e possivelmente tiazidas, manitol e acetazolamida;
Sais de magnésio;
Cetamina;
Sais de lítio;
Bloqueadores ganglionares: trimetofano, hexametónio.

Fármacos que possam reduzir a actividade das colinesterases plasmáticas podem tambémprolongar o bloqueio neuromuscular de Mivacron. Incluem-se: fármacos antimitóticos,inibidores da monoaminoxidase, ecotiopato de iodeto, pancurónio, organofosfatos,anticolinesterases, algumas hormonas e bambuterol.

Determinados fármacos podem raramente agravar ou revelar situações de miasteniagravis latente, ou mesmo induzir um síndrome miasténico com aumento da sensibilidade

ao Mivacron. Estes fármacos incluem antibióticos vários, bloqueadores beta (propranolol,oxprenolol), fármacos antiarrítmicos (procainamida, quinidina), fármacos anti-reumáticos
(cloroquina, D-penicilamina), trimetofano, clorpromazina, esteróides, fenitoína e lítio.

A administração concomitante de Mivacron e fármacos bloqueadores neuromuscularesnão despolarizantes pode provocar um bloqueio neuromuscular superior ao esperado parauma dose equipotente de Mivacron. O efeito sinérgico varia consoante a associação defármacos.

O bloqueio neuromuscular de agentes não despolarizantes não deve ser prolongado comrelaxantes musculares despolarizantes tais como cloreto de suxametónio, na medida emque pode ocorrer um bloqueio prolongado e complexo, de difícil reversão comanticolinesterásicos.

Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.

Mivacron só deve ser utilizadoção durante a gravidez quando os possíveis benefícios paraa mãe justificarem os potenciais riscos para o feto.
Os níveis de colinesterase plasmática diminuem durante a gravidez. O mivacúrio foiutilizado para manter o bloqueio neuromuscular durante o parto por cesariana, masdevido a níveis de colinesterase plasmática baixos, foram necessários ajustes posológicosna velocidade de perfusão. Poderá ser necessária uma redução adicional da velocidade deperfusão durante o parto por cesariana em doentes previamente tratados com MgSO4,devido aos efeitos potenciadores do magnésio.

Desconhece-se se Mivacron é excretado no leite humano.

Condução de veículos e utilização de máquinas
Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.

3. COMO UTILIZAR MIVACRON

Utilizar Mivacron sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seumédico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
Posologia no adulto
Administração por injecção
Mivacron é administrado por via intravenosa. A dose média necessária para produzir 95%de supressão da contracção muscular do adutor do polegar em resposta à estimulação donervo cubital (DE95) é de 0,07 mg/kg (0,06-0,09 mg/kg) em adultos a receberemanestesia narcótica.

Recomendam-se os seguintes regimes posológicos para intubação traqueal:
-1 dose de 0,2 mg/kg administrada durante 30 segundos proporciona condições boas aexcelentes para intubação traqueal em 2,0 a 2,5 minutos;
-1 dose de 0,25 mg/kg administrada em doses divididas (0,15 mg/kg seguidos de 0,1mg/kg, 30 segundos depois), proporciona condições boas a excelentes para intubaçãotraqueal nos 1,5-2,0 minutos após completa a administração da primeira dose.

A dose recomendada para administração em bólus em adultos saudáveis é 0,07-0,25mg/kg. A duração do bloqueio neuromuscular é dependente da dose. Doses de 0,07, 0,15,
0,20 e 0,25 mg/kg proporcionam um bloqueio clinicamente eficaz durante,aproximadamente, 13, 16, 20 e 23 minutos, respectivamente. Doses até 0,15 mg/kgpodem ser administradas durante 5 a 15 segundos. Doses mais elevadas deverão seradministradas ao longo de 30 segundos de modo a minimizar a possibilidade deocorrência de efeitos cardiovasculares.

O bloqueio completo pode ser prolongado com doses de manutenção de Mivacron. Cadadose de 0,1 mg/kg administrada durante uma anestesia narcótica proporciona,aproximadamente, 15 minutos adicionais de bloqueio neuromuscular clinicamente eficaz.
Doses suplementares sucessivas não provocam acumulação do efeito.

O bloqueio neuromuscular induzido por Mivacron é potenciado pela anestesia comisoflurano ou enflurano. Se for atingido o estado de equílibrio durante a anestesia comisoflurano ou enflurano, a dose inicial recomendada para Mivacron deverá ser reduzidaem cerca de 25%. O halotano parece ter um efeito potenciador mínimo sobre o mivacúrio,não sendo, provavelmente, necessário redução da dose.

A recuperação completa obtém-se em, aproximadamente, 15 minutos após início darecuperação espontânea, independentemente da dose de Mivacron administrada.

O bloqueio neuromuscular produzido por Mivacron pode ser revertido por doses padrãode anticolinesterásicos. No entanto, uma vez que a recuperação espontânea do efeito domivacúrio é rápida, a reversão não é habitualmente necessária dado que encurta o tempode recuperação em apenas 5-6 minutos.

Administração por perfusão
A perfusão contínua de Mivacron pode ser utilizada para manter o bloqueioneuromuscular. Na evidência de recuperação espontânea de uma dose inicial de
Mivacron, recomenda-se uma velocidade de perfusão de 8 a 10 mg/kg/min. (0,5 a 0,6mg/kg/h). A velocidade de perfusão inicial deverá ser ajustada de acordo com a repostado doente à estimulação do nervo periférico e com o critério clínico. O ajuste davelocidade de perfusão deve ser efectuado com aumentos de aproximadamente 1mg/kg/min (0,06 mg/kg/h). Em geral, a velocidade de perfusão deverá ser mantidadurante pelo menos 3 minutos, antes de se proceder à sua alteração. Em média, umavelocidade de perfusão de 6 a 7 mg/kg/min mantém um bloqueio neuromuscular entre
89% e 99% por períodos extensos em adultos a receberem anestesia narcótica. Durante oestado de equilíbrio da anestesia com isoflurano ou enflurano deverá considerar-se umaredução até cerca de 40% na velocidade de perfusão. Um estudo demonstrou que avelocidade de perfusão do mivacúrio deverá ser reduzida até cerca de 50% com osevoflurano. Na anestesia com halotano, poderão ser necessárias reduções inferiores.

A recuperação espontânea após perfusão com Mivacron é independente da duração deperfusão e é comparável à recuperação observada após administração de doses únicas.

A perfusão contínua de Mivacron não está associada ao desenvolvimento de taquifilaxiaou bloqueio neuromuscular cumulativo.

Mivacron (2 mg/ml) pode ser utilizado em perfusão sem ser diluído. Para diluição, ver
Instruções para o uso e administração

Posologia em lactentes e crianças, dos 7 meses aos 12 anos
Em lactentes e crianças dos 7 meses aos 12 anos, Mivacron tem uma DE95
(aproximadamente 0,1 mg/kg) superior, um início de acção mais rápido, uma duração deacção clinicamente eficaz mais curta e uma recuperação espontânea mais rápida do quenos adultos.

A dose recomendada para administração de Mivacron em bólus em lactentes e crianças,dos 7 meses aos 12 anos, é de 0,1 a 0,2 mg/kg administrados durante 5-15 segundos.
Quando administrado na dose de 0,2 mg/kg durante anestesia narcótica estável ou comhalotano, Mivacron induz um bloqueio clínico eficaz durante uma média de 9 minutos.

Recomenda-se uma dose de 0,2 mg/kg de Mivacron para intubação traqueal em lactentese crianças, dos 7 meses e 12 anos. O bloqueio máximo é usualmente alcançado em 2minutos após a administração desta dose e a intubação deverá ser possível ao fim destetempo.

As doses de manutenção são geralmente necessárias com maior frequência em lactentes ecrianças do que em adultos. A informação disponível sugere que uma dose demanutenção de 0,1 mg/kg proporciona aproximadamente 6 a 9 minutos adicionais debloqueio clinicamente eficaz durante a anestesia narcótica ou com halotano.
A recuperação completa obtém-se em aproximadamente 10 minutos, após início darecuperação espontânea

Normalmente, os lactentes e crianças requerem velocidades de perfusão superiores às dosadultos. Durante a anestesia com halotano, a velocidade de perfusão média necessáriapara manter 89-99% de bloqueio neuromuscular em doentes com idades entre os 7 e os 23meses é de, aproximadamente, 11 mg/kg/min (aproximadamente 0,7 mg/kg/h) [intervalode 3-26 mg/kg/min (aproximadamente 0,2-1,6 mg/kg/h)].

Em crianças entre os 2 e 12 anos a velocidade de perfusão média equivalente é de,aproximadamente, 13-14 mg/kg/min (aproximadamente 0,8 mg/kg/h) [intervalo de 5-31mg/kg/min (aproximadamente 0,3-1,9 mg/kg/h] na anestesia narcótica ou com halotano.

O efeito bloqueador neuromuscular do mivacúrio é potenciado pelos agentes inalados.
Um estudo demonstrou que a velocidade de perfusão do mivacúrio em crianças dos 2 aos
12 anos deverá ser reduzida até cerca de 70% com sevoflurano.

Posologia em lactentes, dos 2 aos 6 meses
Nos lactentes dos 2 aos 6 meses de idade, Mivacron tem uma DE95 semelhante à dosadultos (0,07 mg/Kg), um início do efeito de bloqueio mais rápido, duração de acçãoclinicamente eficaz mais curta e recuperação espontânea mais rápida.

As doses recomendadas para administração em bólus, em lactentes entre 2-6 mesesvariam de 0,1 a 0,15 mg/Kg administrados ao longo de 5-15 segundos. Quando

administrada durante a anestesia estável com halotano, uma dose de 0,15 mg/kgproporciona um bloqueio clinicamente eficaz durante uma média de 9 minutos.

Recomenda-se uma dose de 0,15 mg/kg de Mivacron para intubação traqueal em lactentesentre 2-6 meses. O bloqueio máximo é atingido em, aproximadamente, 1,4 minutos apósadministração desta dose e a intubação deverá ser possível neste período.

As doses de manutenção são, geralmente, necessárias com maior frequência em lactentes,entre os 2 e os 6 meses, do que em adultos. A informação disponível sugere que uma dosede manutenção de 0,1mg/kg proporciona um bloqueio clinicamente eficaz adicional deaproximadamente 7 minutos durante a anestesia com halotano.
A recuperação completa obtém-se em aproximadamente 10 minutos após início darecuperação espontânea.

Geralmente, os lactentes entre os 2 e 6 meses necessitam de velocidades de perfusão maiselevadas do que os adultos. Durante a anestesia com halotano, a velocidade de perfusãomédia necessária para manter 89-99% do bloqueio neuromuscular é de aproximadamente
11 mg/kg/min (aproximadamente 0,7 mg/kg/h)[intervalo de 4-24 mg/kg/min
(aproximadamente 0,2-1,5 mg/kg/h)].

Posologia em recém-nascidos e lactentes com idade inferior a 2 meses
Não está disponível informação que permita recomendações posológicas em recém-
nascidos e lactentes com idade inferior a 2 meses.

Posologia no idoso
Nos doentes idosos em tratamento com doses únicas de Mivacron administradas embólus, o início e a duração de acção e a velocidade de recuperação podem ser prolongadosentre 20-30% em comparação com os doentes mais jovens. Pode ser necessário reduzir avelocidade de perfusão ou administrar doses de manutenção em bólus inferiores ou menosfrequentes.

Posologia em indivíduos com doença cardiovascular
Em indivíduos com doença cardiovascular clinicamente significativa, a dose inicial de
Mivacron deverá ser administrada ao longo de 60 segundos. Mivacron tem sidoadministrado deste modo com efeitos hemodinâmicos mínimos em doentes submetidos acirurgia cardíaca.

Posologia em doentes com insuficiência renal
Em doentes com insuficiência renal terminal, a duração clinicamente eficaz do bloqueioproduzido por uma dose de Mivacron de 0,15 mg/kg é, aproximadamente, 1,5 vezessuperior à obtida em doentes com função renal normal. Deste modo, a dose deverá serajustada de acordo com a resposta clínica individual.

Posologia em doentes com insuficiência hepática
Em doentes com insuficiência hepática terminal, a duração clinicamente eficaz dobloqueio produzido por uma dose de Mivacron de 0,15 mg/kg é aproximadamente 3 vezessuperior à de doentes com função hepática normal. Este prolongamento está relacionadocom uma significativa diminuição da actividade colinesterásica plasmática observada

nestes doentes. Deste modo, a dose deverá ser ajustada de acordo com a resposta clínicaindividual.

Posologia em doentes com actividade colinesterásica plasmática reduzida
Mivacúrio é metabolisado pelas colinesterases plasmáticas. A actividade destas enzimaspoderá estar diminuída em caso de anomalias genéticas (por exemplo doentesheterozigóticos ou homozigóticos para o gene atípico das colinesterases plasmáticas), emvárias situações patológicas (ver 3. Como tomar Mivacron, Posologia em doentes cominsuficiência hepática) e por administração de alguns fármacos (ver Ao utilizar Mivacroncom outros medicamentos)
. Deve considerar-se a possibilidade de bloqueio neuromuscular prolongado apósadministração de Mivacron em doentes com actividade colinesterásica plasmáticadiminuída. Reduções moderadas (isto é, cerca de 20% do limite inferior do intervalo devariação normal) não estão associadas a efeitos clinicamente significativos na duração doefeito. Em doentes heterozigóticos para o gene atípico das colinesterases plasmáticas, aduração clinicamente eficaz do bloqueio induzido por 0,15 mg/kg de Mivacron é,aproximadamente, 10 minutos mais longa do que nos doentes controlo.

Posologia em doentes obesos
Em doentes obesos (com peso 30% superior ao seu peso ideal), a dose inicial de
Mivacron deve ser estabelecida de acordo com o peso ideal do doente e não com o seupeso actual.

Monitorização
Tal como com todos os bloqueadores neuromusculares, recomenda-se monitorização dafunção neuromuscular durante a utilização de Mivacron, para individualização dasrecomendações posológicas.

Mivacron não induz desaparecimento significativo do "train-of-four" durante o início doefeito. É frequentemente possível proceder a intubação traqueal previamente à aboliçãocompleta da resposta "train-of-four" do músculo adutor do polegar.

Se utilizar mais Mivacron do que deveria
Sinais e Sintomas

Os principais sinais de sobredosagem com os bloqueadores neuromusculares são paralisiamuscular prolongada e suas consequências. No entanto, o risco de efeitos secundárioshemodinâmicos especialmente diminuição da pressão arterial, pode estar aumentado.

Tratamento: é essencial a manutenção das vias aéreas com ventilação assistida de pressãopositiva até obtenção de respiração espontânea adequada. É necessária sedação completadado não haver perda de consciência. Na evidência de recuperação espontânea, esta podeser acelerada por administração de anticolinesterásicos associados a atropina ouglicopirolato. Se necessário, poderá fornecer-se suporte cardiovascular através doposicionamento correcto do doente e administração de fluídos ou compostosvasopressores.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS

Como todos os medicamentos, Mivacron pode causar efeitos secundários, no entantoestes não se manifestam em todas as pessoas.

Rubor cutâneo foi relatado com muita frequência.Eritema, urticária, hipotensão etaquicardia ou broncospasmo transitório foram relatados com pouca frequência. Estesefeitos indesejáveis são atribuíveis à libertação de histamina.
Os efeitos acima descritos estão relacionados com a dose, e são mais comuns apósadministração rápida de doses iniciais iguais ou superiores a 0,2 mg/kg. Estes efeitos sãoreduzidos se Mivacron for injectado ao longo de 30-60 segundos ou em doses divididasao longo de 30 segundos.
Foram relatadas reacções anafiláticas ou anafilactóides graves em doentes a receber
Mivacron em associação com um ou mais anestésicos.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundáriosnão mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5. COMO CONSERVAR MIVACRON

Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não conservar acima de 25°C.
Não congelar. Proteger da luz.

Não utilize Mivacron após o prazo de validade impresso na embalagem exterior. O prazode validade corresponde ao último dia do mês indicado.

6. OUTRAS INFORMAÇÕES

Qual a composição de Mivacron
-A substância activa é cloreto de mivacúrio, na dosagem de 2 mg por ml de soluçãoinjectável.
-Os outros componentes são ácido clorídrico e água para injectáveis.

Qual o aspecto de Mivacron e conteúdo da embalagem
Mivacron encontra-se acondicionado em embalagens de 5 ampolas de vidro transparentecontendo 5, 10 ou 25 ml de solução injectável

Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante

Laboratórios Wellcome de Portugal, Lda.
R. Dr. António Loureiro Borges, 3
Arquiparque, Miraflores
1495-131 Algés
Portugal
Tel: 214129500
Fax: 214120438

GlaxoSmithkline Manufacturing S.p.A. (Fab. Parma)
Strada Provinciale Asolana, 90
43056 San Polo di Torrile – Parma
Itália
Tel: 00 39 45 921 8111
Fax: 00 39 45 921 8388

Instruções para uso e administração
Mivacron não contém conservantes devendo ser utilizado sob condições assépticas.
Qualquer diluição deve ser feita imediatamente antes de utilizar. Toda a solução nãoutilizada, remanescente em ampolas abertas deve ser rejeitada.

Tem sido demonstrada compatibilidade com alguns fármacos pré-cirúrgicoshabitualmente utilizados, fornecidos como soluções acídicas, p.ex: fentanil, alfentanil,sufentanil, droperidol e midazolam. Caso outros fármacos sejam administrados através damesma agulha ou cânula utilizada para Mivacron, e não tenha sido demonstradacompatibilidade, recomenda-se que após utilização de cada fármaco se proceda à lavagemdo material com soro fisiológico.

Mivacron é compatível com os seguintes fluídos de perfusão:
-Soro fisiológico para perfusão I.V. (cloreto de sódio a 0,9% p/v);
-Glucose (5% p/v) para perfusão I.V.;
-Cloreto de sódio (0,18% p/v) e glucose (4% p/v) para perfusão I.V.;
-Lactato de Ringer injectável, USP.

Quando diluído com as soluções de perfusão acima referidas, na proporção de 1:3
(obtendo-se uma solução a 0,5mg/ml), Mivacron mostrou ser física e quimicamenteestável durante aproximadamente 48 horas a 30°C. No entanto, como Mivacron nãocontém conservantes, a diluição deve ser efectuada imediatamente antes da utilização, aadministração deverá iniciar-se o mais cedo possível após a preparação e a restantesolução rejeitada.

Este folheto foi aprovado pela última vez em